Essa vontade dentro de mim que não cesa, que não se cala, que não se torna real.
Vontades que depois de algum tempo podem se tornar efêmeras e até muito bobas para que se tornassem reais.
Mas um dia foram minhas, pertenceram ao meu mundo de idéias e sonhos soltos e hoje vagueiam presas no baú das inutilidades dos ''quereres''.
Em cada época, tempo, demarcação, somos os mesmos mas com nossas diferenças se tornando evidentes demais para que não nos metamorfeseemos.
Percebo que fui e continuo sendo uma garota muito criativa em suas vontades e por isso sou mãe de tantas e de tantas em tantas acabo ficando com nenhumas.
Eu poderia me remodelar e dizer para minha mente e coração que eu deveria deixar orfãos alguns sonhos,mas fazer o que se os deixam em minha porta em um pequeno cesto trançado com um recado: vai se tornar real.
E eu sempre os levo para dentro de casa, para dentro da minha vida, para dentro da minha imaginação.
Muitos depois acabam se tornando filhos ingratos e simplismente fogem de casa deixando aquele espaço ferido e um papel rabiscado: tive que partir, eu não era para você!
Sei que muitos filhos meu já voltaram para seu lar depois de anos vagueando pelo mundo afora,mas outros realmente partiram não deixando nem uma lembrança, nem um carta postal de esperança.
Mas os filhos que ficaram, esses eu ainda tenho esperança de que cresçam e escrevam para mim: eu me tornei o que você sempre sonhou que eu me tornasse.
M.
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