quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Em um lugar escuro, bem longe dos olhos do mundo uma voz franzina quer gritar, poder demorar a se achar, ver o que ninguém consegue ver, entrelaçar em seus próprios medos e poder se refazer. Com olhos baixos, tenta deixar as lágrimas verem o chão. Então, disfarçadamente chora... Chora. Derramando a angústia que em teu peito aflora. Chora, deixando as lágrimas viverem e contarem a sua história. Molhando a borda da camiseta, limpando a alma e acalmando as batidas do  sangue ao encontro do coração. Então disfarçadamente o menino limpa o rosto, e os olhos cansados voltam a encontrar paz.





L.

sábado, 26 de novembro de 2011

Frase de amiga.



E agente conversava sobre o que era o amor e qual sua reação em nós.
Ai você me vem com essa frase:
"Somos fãs do amor. Quebramos, nos refazemos e sempre acreditamos."
O fato é que realmente acreditamos, continuamos a acreditar e acreditaremos sempre.

Mar.Ly.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Para as meninas dos olhos de jabuticaba



  Menina,há algum tempo percebo que você tem andado cabisbaixa e desiludida com a vida.
Eu sei que já faz um tempo que você se decepcionou e talvez seja por esse motivo que você deixou crescer um crosta em torno do seu leve coração.
  Ó menina, mesmo seu tom moreno jambo não esconde o roseado na sua face quando alguém pronuncia o nome de um certou alguém ou de uma certa cidade.Percebo que dentro de você algo novo quer nascer,aflorar,mas você mesma não o tem permitido.Será que não sabes o mal que a você mesma faz?
  Se enclausurar dentro de si mesma não é mais uma boa opção.Olhe os raios deste amanhecer aconchegante,sinta o aroma do despertar tranquilo dos primeiros botões de rosa,perceba o calor leve que é emanado daquele velho fogão a lenha, inale o odor adocicado de um novo dia e exale a dia felicidade.
  Menina pequena, já estamos na estação dos novos ventos.Abra bem seus braços, receba estes ventos do norte e rodopie por entre a relva de calmaria.Certamente isto lhe fará bem, assim como observar reclinada nesta árvore os vôos rasantes daquele bem-te-vi azul.
  Ó menina,menina pequena,menina dos olhos de jabuticaba,do coração amanteigado,te queira bem e o resto sendo resto um dia vem. Não se desespere pelo tempo apressado, nem desista do amor mesmo sem ser amado. Para os sonhos ainda não inventaram preço, então se permita sonhar.
  Ó menina, menina pequena, dos olhos de jabuticaba, do coração amanteigado, do hálito achocolatado, dos cabelos emaranhados, solte-se sorrindo e sorria pro coração. É isso, sem mais, apenas te ame,pois quem te ama um dia chegará.

      Com carinho, de sua amiga, M.

sábado, 12 de novembro de 2011

Flores


Flores adentram a casa.
Enchem os olhos e coração da pessoa amada. 
Perfumam  a alma e alegram cara.
Flores rosas,vermelhas,amarelas,brancas e roxas... 
Um verdadeiro arco-íris de cores.
Flores que  fazem parte da lembrança de bons momentos da vida.
Flores que têm o poder de transformar um dia comum em uma data especial, e um momento qualquer em inesquecível. 



L.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A Estante e a Menina da Poltrona

  Era fácil observar a estante do local em que ela se encontrava. Era um local privilegiado, bem rente aquela enorma janela de estilo colonial que recepcionava a entrada maestral dos primeiros raios da alvorada. E já não bastasse a belíssima janela, havia aquela aconchegante poltrona reclinável com estampa de flores miúdas do campo e coberta por uma manta de retalhos de tricô festivos.
  Era ali,bem dali que ela poderia ver a estante.Estante esta que havia sido delicadamente organizada: livros de um lado,revistas de outro, fotos em cima, caixas de cartas embaixo, livros ordenados por estilos,ordem alfabética ou degradê de cores. Porém,em uma brincadeira infantil, a estante se tremeu, balançou e nem as mãos ágeis da menina da poltrona conseguiram segurá-la.
  Era tarde demais,a estante estava no chão.Percebendo a grande bagunça, a garota soltou um leve e demorado suspiro e passou a ater o seu tempo em (re)organizar aquela velha estante de madeira de carvalho. Foi nessa arrumação que ela percebeu que algumas coisas que estavam naquela estante já não faziam mais o menor sentido em estar ali, era apenas "perca de espaço,tempo e paciência".
  Ela passou então a colher aquilo que ela não mais utilizaria, aquilo que ela já havia se desapegado, porém ainda estava ali. Em um grande caixa de papelão ela juntou livros de velhos romances, cds de falsas verdades, fotos de momentos não relevantes, cartas com destino a tristeza, papéis decorados de pessoas irrelevantes. Foi com rapidez que aquela se encheu e com mais rapidez ainda que a garotinha antes bem alojada em sua poltrona correu até o seu quintal e jogou aquela caixão de papelão fora, bem fora; fora de sua casa, de sua estante e deseja que saia de sua memória. Ao voltar para sua sala, a garotinha percebeu a sua estante reorganizada, com conotações e cores diferentes e muito mais espaçosa. Espaços estes que serão preenchidos por novos livros, cds, fotos, cartas e papéis que farão essa garota mudar um pouco mais a sua visão da poltrona, essa visão da estante, essa visão dessa estante quase viva."


M.

sábado, 5 de novembro de 2011

O Novelo de Lã


E o novelo antes perfeitamente enrolado passou a se alinhar e desalinhar.
Repentinamente ele que estava quetinho e quentinho em sua cesta entrelaçada se viu pego por muitas mãos.
Cada uma dessas mãos quis movê-lo de uma maneira diferente e hoje ele se encontra com muitos nós.
Como retorná-lo ao padrão perfeito?
Como usá-lo assim em feitos manuais belíssimos?
É preciso que ele retome o seu enrolado perfeito e isso não está sendo possível no momento.
Então Dona Costureira,te peço calma desde já.
Não é fácil desenrolar um novelo perdido e tão entrelaçado.
Tempo pra ele por favor. E pra mim.
Tempo já,pra todos,principalmente pro novelo de lã.

M.