Teresina,19 de Novembro de 2010.

Dizem que eu herdei isso de você.

O isso é essa vontade de escrever.

Seu jeito tão calmo,mas ao mesmo tempo tão agitado,me davam vontade de te observar por horas a fio enquanto você cochilava em sua velha espreguiçadeira.
Quando dormia em sua casa,observava como você acordava cedo,calçava suas botas e saia sorrindo pondo seu chapéu.
Suas marcas registradas né vô?!
Muitos te conhecem pelo Jackson político,outros pelo Jackson fazendeiro e outros pelo Jackson Kison,mas eu te conheço como vô,vovô Jackson.
E posso te garantir que como tal,muito tem me agradado.
Até porque você não é um avô qualquer,é um avô duplo.
Como não conheci meu avô paterno,Araújo(in memoria),só tive você como referncial de avô.
E que avô,tantos netos pra zelar.
Mas mesmo com tantos netos(somos mais de 30),o senhor sempre se fez presente.
Os almoços em família,suas ligações pra dizer que apenas nós faltávamos chegar,nossas idas ao Mimoso e também à Cristalândia,o senhor sempre sentado na ponta da mesa,suas poesias de 15 anos,seus livros,suas forma de dizer: cadê a bença muleca?!
Ah vô,detalhes tão pequenos,tão singelos
Mas por estar ao lado de quem amamos se tornam grandes acontecimetos.

Me perdoe por dizer poucas e raras vezes o que sinto por você.

É um amor tão grande,tão sincero,mas que se mistura a um medo gigantesco te perder.

O senhor me ensinou o valor da família,da união,do poder da leitura,do conhecimento e como é bom expressarmos o que sentimos assim,escrevendo.

E é escrevendo que expresso o meu amor,meu carinho e admiração por você vovô.

Te amo.

De sua neta,Maressa.

M.